sábado, maio 10, 2014

A MELHOR AMIGA DO COPEIRO!

Algumas são rebuscadamente sofisticadas, namorando o rococó: material de primeira, cores e formas firmes, símbolos e bandeiras substituindo o alfabeto, encartes anexos para colagem em fases seguintes. Invariavelmente e no mínimo em formato in quarto ou in octavo e, principalmente, precisas em seus informes. Raríssimas! raridade que nos faz sentir culpa ao preenche-las, embora sempre desejamos mais que um mesmo exemplar quando encontrada.

Outras são modestas, discretas e atraentes no limite do lugar-comum. Em uma palavra: medíocres. Passam quase despercebidas: tudo em um grau menor em comparação a moça anterior. Adotam, no máximo, o formato in quarto e, da mesma forma, dão valor a seus dados e informes. Diferença sensível é o espaço reservado para as fases seguintes que, mesmo assim e sem grandes malabarismos gráficos, permite ao usuário preencher com os nomes inteiros as seleções classificadas; o que nos faz lamentar o fim da Tchecoslováquia ou a extinção da União Soviética. Rapariga encontrável em instituições financeiras, grandes redes de supermercado e espeluncas imundas, mas recauchutadas e com ego inflado, como "Bar do Seo ..." isso ou "Boteco Vadiagem Poética" aquilo.

Uma beleza histriônica possui a assumidamente vulgar. Ahhh...essa sim faz a diferença. "Flor do Pântano" bem poderia ser seu outro nome. Ela tá' nem aí: Suporte material que não sobrevive a gotas de cerveja ou manuseio constante; quando colorida, o fato não guarda nenhuma estética aprazível aos sentidos; formato sempre in folio e com espaços reservados para fases seguintes que comportam apenas seleções como IRÃ, Cuba ou Peru. Mas, realmente, o que lhe agrega personalidade, aquela individualidade primal dos sobreviventes, é a total falta de apreço por correção informativa. Sempre tem alguma Bandeira que não se relaciona com o países ou país que não se relaciona com o grupos. Possuem prazo de validade que não atinge os trinta dias regulamentares mínimos. Loja de construção, quitanda, mercado, padoca e Kilão são seus pontos de encontro. São as nossas havaianas falsificadas de uso diário, são as Itaipavas que salvam o fim do mês, o chequinho dorminhoco o Baconzitos!!!. Salve, salve eternamente!!!!! São as campeãs de audiência, PONTO FINAL!

Porém, em maior ou menor grau, são todos espécimes em processo irremediável de extinção. Lutam bravamente a cada quatro anos contra a vilania dos Gadgets para serem amantes inseparáveis do verdadeiro copeiro. Mas é possível perceber a olho nu que andam sumidas das ruas e balcões; mesas e criados-mudos; bolsos, bolsas, bolsinhas, pochetes e capangas. E MESMO ASSIM AS AUTORIDADES NÃO TOMAM NENHUMA MEDIDA!

Rendo aqui minha lacrimosa homenagem à companheira TABELINHA DE BOLSO, temeroso que meu amor pela Copa do Mundo também será sepultado em vala conjunta com essa inestimável amiga.

Do sempre seu, ZEBA.

2 comentários:

  1. Lindo Zeba! Eu até fotografei uma tabelinha aqui pra postar neste comentário mas ela nem passa perto da beleza da sua amada.... Sabe, eu ficava puto quando descobria que os enquadramentos da segunda fase estavam todos errados.... uma pequena peça que me obrigava a colocar setas para "ajustar" os jogos :-)

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    1. Eu sinto mais prazer em colecionar tabelinhas que figurinhas. Tem umas que são terrivelmente feias, outras totalmente sem graça...amo todas. Zeba.

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