segunda-feira, junho 28, 2010

"Roonaldo" e seus problemas

Um dos grandes mistérios desta Copa foi a apagadíssima passagem de Wayne Rooney pelos campos da África do Sul. Narradores, comentaristas e repórteres dos canais brasileiros que cobrem o evento, quer sejam eles do cabo ou abertos, vêm formulando as teorias mais interessantes, ou malucas, tudo depende do ponto de vista, acerca do porquê das performances pobres do inglês - tido por muitos, até pelo próprio, como um dos candidatos a craque da Copa.


Parece ter existido um consenso entre todos eles após o término da primeira fase de que Rooney estava tendo problemas por conta das contusões acumuladas na parte final da temporada europeia. As contusões influenciam bastante, só um louco poderia desconsiderá-las como fator de análise, mas explicam parte do problema.


Vários outros jogadores presentes na África do Sul tiveram problemas bem mais sérios do que Rooney nesse campo. Kaká é um exemplo. As performances do brasileiro até aqui estão aquém das suas possibilidades, mas, ao contrário do inglês, ainda estão bastante dentro do aceitável.


Os problemas de Kaká ao longo da temporada foram tantos e tão complicados que na última partida do campeonato espanhol passado ele não foi nem convocado para compor o banco de reservas - com o Real Madri precisando desesperadamente da vitória para então torcer contra o Barça.


Se os problemas físicos elucidam uma parte do problema, a tática de Fabio Capello explica o resto. Pouco antes do primeiro duelo entre Milan e Manchester United pela última edição da Champions League, analisando a tática do clube inglês para um grupo de conhecidos, argumentei que o segredo para parar os ingleses era “empurrar” Rooney uns 15 metros para longe da grande área, pois considero o astro do United um jogador perigoso apenas dentro da grande área. Ou afastado dela no máximo uns 10 metros.


Basta entrar no YouTube e procurar qualquer compilação com gols de Rooney - abaixo coloquei uma delas, com alguns gols da temporada passada - para perceber que 80% deles são feitos dentro da grande área. No entanto, o mapa de calor disponibilizado pela FIFA, acima, mostra que nas quatro partidas disputadas por Rooney na Copa ele estava basicamente distante de 15 metros para mais da entrada da grande área.


Ao invés de ser ele o centro do jogo coletivo e o jogador encarregado de empurrar a bola para as redes, como acontece no United, Rooney teve que abrir mão desses papéis no English Team.


O resultado foi o que pudemos ver na Copa.

3 comentários:

  1. Depois de um dia de descanso da Copa, vamos nos preparar para as quartas! Gilson, A questão do Rooney é conseqüência das péssimas atuações dos ingleses como um todo. O meio campo foi uma decepção só e desperdiçou a última chance desta geração.
    Uma curiosidade, a minha doce Viviane Sheldon na sua cruzada solitária ao uso correto dos termos físicos e matemáticos nas publicações brasileiras e internacionais pediu para esclarecer que o melhor termo para o “gráfico de calor” do Rooney seria “Gráfico de Densidade Posicional” do Rooney... :-)

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  2. Minhas mais sinceras desculpas à Viviane pela ignorância física do meu texto. Reconheço que entrei na da FIFA, que chama o gráfico de "mapa de calor".

    Pepper, também tenho que dizer que você vai ter algum gasto com Lexotan, Gardenal e medicamentos desse nível se ela se empenhar bastante nessa cruzada.

    Dá só uma olhada em como começa a reportagem do globoesporte.com acerca do resultado daquela partida-maratona disputada em Wimbledon outro dia:

    Após 11h05m, John Isner triunfa no jogo mais longo da história do tênis

    Em duelo que dura três dias, americano quebra recorde de aces, com 113
    Por GLOBOESPORTE.COM

    Londres

    "Foram 980 pontos, 216 aces e 11h05m (onze horas e cinco minutos!) até que John Isner acertou uma passada na paralela, quebrou o saque de Nicolas Mahut e fechou o 183º e último game da partida mais longa da história do tênis. Por 6/4, 3/6, 6/7(7), 7/6(3) e 70/68, o americano disparou 113 aces*, outro recorde, e colocou fim à partida que começou dois dias antes, ainda pela primeira rodada do Torneio de Wimbledon."

    Como é possível perceber, pela notação adotada pelo pessoal deles, a partida durou 11 horas e cinco metros.

    O link é este aqui:
    http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2010/06/apos-11h06m-john-isner-triunfa-no-jogo-mais-longo-da-historia-do-tenis.html

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  3. Hahaha... é que o Globo.com está bem à frente! é uma medida de "espaço-tempo"!!! :-)

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